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21 de setembro de 2021
Atendimento do Jurídico do SINFARCE
21 de setembro de 2021

Saúde Mental no contexto de pandemia

 

 

Por Guilherme Gomes

 

A depressão ser considerada o “mal do século” não é injustificada: ela tem um motivo. Quando uma população passa por crises sociais, onde existem mais pessoas desempregadas, passando fome, doentes e, no contexto de pandemia da COVID-19, morrendo, é impossível fechar os olhos e fingir que nada está acontecendo. Além disso, passamos também por crises políticas, sanitárias e ecológicas, vendo dia após dia patrimônios históricos sendo perdidos. Nossas áreas verdes, que antes eram preservadas, agora viraram pasto para que a exportação de carne aumente – mesmo que isso custe a saúde do mundo inteiro.

A pandemia da COVID-19 impactou e impacta em crises, cada vez mais constantes, de ansiedade e em casos mais extremados, de depressão e consequente suicídio.

 A necessidade de se isolar para evitar o contágio da doença também é um dos fatores que deterioram a saúde mental das pessoas, pois o contato físico com amigos e pessoas queridas passa a ser perigoso. Ainda que a saúde física esteja sendo preservada, é a saúde mental que vai se debilitando com o tempo.

 De acordo pesquisa feita pela pesquisadora Fabiane Rossi e desenvolvido pela Fundação Oswaldo Cruz e Universidade Federal de Minas Gerais, cerca de 40,4% dos brasileiros que participaram da pesquisa, se sentiam frequentemente tristes ou deprimidos; 50,6%, por sua vez, relataram se sentir constantemente ansiosos ou nervosos durante esse período de pandemia.

 Já o estudo “Saúde mental na pandemia do Coronavirus Disease 2019 (COVID-19): um estudo brasileiro” desenvolvido pela UFJF encontrou sintomas de depressão em 92,2% de seus participantes, sendo que 51% destes apresentaram sintomas de ansiedade e os outros 52% apresentavam sintomas de estresse pós-traumático. No total, 2.624 pessoas se voluntariaram para participar da pesquisa.

 Ainda segundo Fabiane Rossi, “Grande parte destes brasileiros não se encontravam em acompanhamento psicológico ou psiquiátrico no momento da pesquisa, o que é um dado relevante pois, segundo dados da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e Fiocruz, estima-se que entre um terço e metade da população exposta a uma epidemia possa apresentar transtornos psíquicos caso não receba suporte. Além disso, observamos também outros comportamentos e sentimentos, como medo da morte, medo de perder familiares pela Covid-19, presença de manifestações psicossomáticas e aumento no uso de álcool e cigarro”.

O presidente do SINFARCE, André Cavalcante, expressou seu sentimento de responsabilidade e compromisso diante dos dados a respeito do adoecimento mental da população. “Nós entendemos o quão exaustivo e cansativo é buscar por motivos para se ter esperança, especialmente para farmacêuticos e outros profissionais de saúde. É importante entender que é sempre possível buscar ajuda. A saúde física não é suficiente se a saúde mental também não estiver bem. Por isso, nós do SINFARCE, estamos sempre nos comprometendo e lutando diariamente para que a categoria dos farmacêuticos encontre todo o suporte necessário para exercer a profissão com dignidade e, principalmente, com saúde”.

Caso esteja se sentindo abalado e com a saúde mental debilitada, há algumas coisas que você pode fazer para melhorar, como: praticar exercícios físicos, que liberam endorfina no cérebro causando a sensação de prazer; alimentar-se bem, pois vitaminas e proteínas também possuem efeito benéfico no cérebro; cercar-se de sua família em condições seguras e que não ofereçam riscos; realize atividades que goste, como ouvir música, assistir a filmes ou ler; e evite procurar muitas notícias, pois podem servir de gatilho para novas crises de ansiedade. E por último, mas não menos importante, procure ajuda profissional com algum psicólogo ou terapeuta. São profissionais capacitados que farão você se sentir melhor consigo mesmo e com as pessoas ao seu redor.

 

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